terça-feira, 30 de outubro de 2012

A desobediência dos filhos de Eli



Ler: 1 Sm 2 - 4:4

Aos olhos do povo, a conduta dos filhos de Eli era vergonhosa. Mas, especialmente aos olhos de Deus, que desgraça isso trouxe ao Seu Nome! Hofni e Finéias (este tinha o mesmo nome que o fiel filho de Arão – Números 25:11) tinham sido nomeados para o sacerdócio e se aproximaram das verdades divinas. A responsabilidade deles era muito maior se comparada à do resto do povo; a nossa é ainda maior que a deles, pois temos privilégios altíssimos como filhos de Deus.

Eli, ele mesmo um homem piedoso, não sabia como impor limites aos seus filhos. Certamente ele tentou adverti-los (v. 23), mas lhe faltou firmeza. Alguns filhos às vezes consideram os pais muito severos. Eles deveriam pensar nas conseqüências dos atos de Hofni e Finéias, que não tiveram uma educação suficientemente severa. As conseqüências foram gravíssimas para o próprio Eli: sua família foi excluída do serviço do templo e seus filhos foram mortos. Um profeta foi encarregado de lhe dizer essa triste mensagem. O Novo Testamento afirma que, se os filhos de um servo de Deus não forem submissos e disciplinados, poderão minar todo o poder do ministério do pai (1 Timóteo 3:4-5).


Quando escolhemos fazer o que é errado, provavelmente teremos problemas depois. Por exemplo: se a mamãe fala para não comer muito chocolate e você come, acaba tendo dor de barriga, não é verdade? Quando escolhemos o que é errado, pagamos um preço por isso.Devemos escolher sempre fazer o que é certo, porque isso deixará Deus e as pessoas felizes conosco.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Abraão Pai de muitas nações


VERSÍCULOS: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça a sua palavra? Eis que obedecer é melhor do que sacrificar, e atender, melhor do que a gordura de carneiros.” (1Sm. 15: 22).
Abraão não perdeu a fé e “não duvidou da promessa de Deus [...]”. ( Rm. 4:20).

OBJETIVOS:  Que as crianças compreendam: Que a fé e a obediência têm que caminhar juntas; Que a fé vem pelo ouvir a Palavra do Senhor e guardar os seus mandamentos,  exercitando-os a cada dia; Que é necessário perseverar nos objetivos para se ter vitória; Que é necessário a comunhão contínua com o Senhor através da oração para que não venhamos a nos desviar de seus caminhos; Que para Deus, nada é impossível, se existe promessa, o milagre acontece; Que em tudo devemos  glorificar o nome do Senhor.
  

Abraão – Amigo de Deus

Mobilizado pela fé, Abrão tomou sua esposa Sarai que  era estéril e seu sobrinho órfão, Ló, e alguns auxiliares e seguiram a viagem (Gn.12:4-5). Enfrentou muitas adversidades pelo caminho, muitas privações, mas perseverou e sempre que parava em algum lugar, erguia um altar de adoração ao Senhor que muito se agradava.  O seu relacionamento com o Senhor era tão próximo que ele passou a ser chamado de  “amigo de Deus”.(Tg. 2:23). Jesus disse que se nós guardarmos os seus mandamentos, também assim seremos chamados  (Jo.15:14).
  

Um Povo  Eleito

Deus fez uma aliança com Abraão e apenas exigiu fidelidade e compromisso, porque da sua geração seria levantada uma grande nação (Gn. 12:2), nação de um povo separado, eleito, preparados  para a advinda do grande messias, Salvador do mundo, Jesus Cristo. E assim foi. No presente estudo, continuaremos vendo um pouco mais sobre esse tema maravilhoso em que Deus abençoa Abrão com um filho, conforme Sua Promessa (Gn. 15:4-5). 
  
PROCEDIMENTOS:
Reunir o grupo em pequeno círculo e provocar discussão em torno do tema da aula anterior. Em seguida, trazer o assunto do dia, reforçar com vídeo e responder o questionário com a utilização da bíblia.
  
Um Deus de Perto
O tempo ia se passando enquanto Abrão e sua comitiva prosseguiam viagem, rumo à Terra Prometida. Abrão e Sarai já estavam em idade avançadas e o sonho de terem filhos parecia-lhes impossível. As lutas pareciam intermináveis  e, por vezes, o coração de Abrão se entristecia. Deus que acompanhava tudo muito de perto, veio até Abrão trazendo palavras de bom ânimo para que ele prosseguisse  em sua caminhada  dizendo-lhe que nada temesse pois Ele estava presente a cada passo e que ao final sua luta , seria recompensada (Gn. 15:1).

Abraão - Pai de Multidões
Mas Abrão, desmotivado, se queixou ao Senhor de que não tinha herdeiros e de nada adiantaria a tal recompensa. Dizia ele, em tom de lamentação, que muito provavelmente, sua herança seria entregue nas mãos dos filhos de seus criados (Gn. 15:2-3). Então, movido por compaixão, o Senhor o levou a um lugar aberto e disse-lhe que tentasse contar quantas estrelas havia no céu, pois assim seria o número de sua descendência (Gn.15:5). Abrão se alegrou no Senhor e reacendeu sua fé.  O Senhor o abençoou  e mudou-lhe o nome para Abraão, que significa pai de multidões, pois dele faria muitas nações (Gên 17:5). Disse que de sua geração alguns seriam reis (Gn. 17: 6). Essa aliança seria concretizada se Abraão cumprisse com a sua parte na Aliança, de que Deus fosse para sempre com ele e com seus descendentes.

Um Pacto de Aliança com o Senhor
Deus comprometeu-se a dar a Abraão a terra onde antes ele era tido como estrangeiro, Canaã. Mudou, também, o Senhor, o nome de Sarai para Sara (Gn.17:15), que significa princesa, porque  denota  a posição dela como mãe de todos. Deus reafirma a promessa de dar-lhe um filho um filho. Abraão já não acreditando caiu ao chão e começou a rir ( Gn 17,17), pois não cria ele que isso fosse possível, afinal ele estava com 99 anos e Sara, não menos. Mas o Senhor com firmeza disse que assim seria e que o nome da criança seria Isaque, e dito isso, se retirou o Senhor.

Os Anjos do Senhor
O tempo passou e, estando certo dia Abraão assentado à porta de sua tenda, aproximaram-se três anjos (Gn.18:1-3), enviados pelo Senhor.  Abraão, hospitaleiro como era, acreditando tratar-se de pessoas comuns, ofereceu o melhor que podia a esses varões. A uma certa altura, um deles perguntou pela esposa de Abraão e ele respondeu que ela estava lá dentro da casa, trabalhando. Então, disse-lhe o homem que no ano seguinte voltariam novamente e desta vez seria para trazer um filho a Sara (Gên 18:1-15). Sara que estava por perto, ouvindo a conversa deu risada, porque já não acreditava que isso pudesse acontecer, afinal ela e o esposo já estavam em idade muito avançadas. Ouvindo-a o  homem perguntou qual o motivo do riso e acrescentou: “acaso há algo impossível para Deus?” (Gn.18:14) – E, novamente reafirmou o que havia dito. E no prazo estabelecido nasceu o menino da Promessa, seu nome, conforme o Senhor havia ordenado era Isaque, que significa riso.  O menino trouxe grande alegria ao casal.
  
A Grande Prova da fé de Abraão
E era Isaque já rapaz, quando certo dia o Senhor, novamente veio a Abraão e instruiu-o a levar o seu filho ao local de holocausto e assim oferecê-lo em sacrifício (Gn 22:1-2). Em obediência, mais uma vez, sem ao menos questionar, Abraão se dirige com o filho sem este saber o real motivo, ao monte Moriá, numa viagem que durou três dias, para então realizar a oferta que lhe custaria a vida de seu filho amado (Hb 11). Quando indagado pelo seu filho acerca do cordeiro para o sacrifício, sua resposta foi: “o Senhor proverá”(Gn 22.8). Entendemos aqui que o monte da provação é também o monte da  providência. Com este gesto, Abraão entra para a galeria dos grandes heróis da fé, sendo ele o precursor,  o “pai da fé”.  Quando já próximo a realizar o ato cabal, o Senhor interveio. Aquela era a prova mais contundente da obediência de um homem para com Deus (Hb.11:17-19) Era o suficiente para que Deus reforçasse com Abraão o seu pacto, a sua aliança. Esta foi a maior prova de fidelidade que Deus obteve de Abraão e porque ele permaneceu firme, Deus o abençoou. (Gên 22:17-18; He 6:13-14;).
  
REFLEXÃO SOBRE O TEMA:

Deus acima de todas as coisas
É sem dúvidas, merecido o termo “pai da fé”, atribuído a Abraão. Pela sua obediência irrestrita ele trilhou os caminhos da fé. Com esse grande herói da Bíblia nós aprendemos uma grandiosa lição, de que não é possível agradar a Deus sem fé, sem obediência e perseverança nos seus caminhos santos. Aprendemos que para seguir ao Senhor se faz necessário nos despojarmos de tudo e de todos. Nada pode ser maior do que o nosso amor a Ele. Quanto mais o amarmos, mais nos entregarmos mais Ele se nos manifestará. Essa proximidade tanto será maior quanto for a intimidade e proximidade no relacionamento com Ele.

Adoração
Percebemos ao longo dessa belíssima história que Abraão adorava ao Senhor conforme ele havia aprendido, erguendo altares de sacrifícios. Cada altar representava um momento especial de adoração.  Assim como ele  devemos também adorar ao Senhor, na alegria, na dor e na tristeza, na fome e na fartura (Hc.3:17-19). Não  importa as circunstâncias, devemos render, ao Senhor de nossas vidas louvores e glórias. Hoje, não há mais a necessidade de se sacrificar animais. O sacrifício que devemos oferecer ao Senhor é o sacrifício da santificação, porque assim nos diz a Palavra do Senhor, “Sem santidade é impossível agradar a Deus” (Hb. 12:14; 1Pe.1:16).

Altar de adoração no Lar
Todos crescem quando a família se reúne na presença do Senhor (Mt.21:13) para tomar decisões, agradecer, louvar e meditar em sua Palavra. Deus tem propósitos para as famílias (Salmo 127:3), por essa razão, devemos nos manter unidos, cooperando uns para com os outros, nos fortalecendo  no Senhor através da oração individual e familiar (1Cor.3:9-11). O lar cristão é um espaço abençoado de ricas oportunidades de crescimento espiritual. É na convivência diária com as pessoas que amamos que aprendemos a respeitar  o outro, a perdoar, a renunciar a compartilhar e a ser menos egoísta.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA HISTORIA
Em Hebrom ( Gn. 13,18), após a separação do sobrinho Ló, Deus se manifesta a Abrão e reafirma a sua promessa,  mostrando-lhe tudo o que lhe seria dado como herança. Abraão tem a chance de recomeçar naquele lugar uma nova história. Aqui, Abraão nos ensina que Deus sempre nos proporciona um recomeço. A nossa natureza é pecaminosa e por isso necessitamos de perdão constante, da graça e da misericórdia do Senhor para recomeçarmos a cada dia e a cada passo até o dia glorioso da vinda de Jesus Cristo.  Em Moriá (Gn.22:9), Abraão submeteu-se a vontade do Senhor em obediência, mesmo sabendo o alto custo de sua decisão. Assim também, Deus espera de nós uma atitude de fé, coragem, renuncia e sacrifício para segui-Lo e fazer aquilo que Ele assim determinar em nossas vidas, na edificação do Reino, para honra e glória do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.



terça-feira, 10 de julho de 2012

Ana


A história de Ana






BASEADO EM: 1 SAMUEL CAPÍTULO 1 VERSO 9  A SEGUIR......  

OBJETIVO: FAZER COM QUE A CRIANÇA ENTENDA QUE DESDE PEQUENINOS JA SOMOS ESCOLHIDOS DE DEUS  E MESMO SENDO UMA CRIANÇA PODEMOS SER USADOS POR ELE COMO SAMUEL QUE SENDO CRIANÇA O SENHOR O USOU.

1 Samuel 1:27   

A BIBLIA NOS CONTA QUE NA MONTANHA CHAMADA EFRAIM MORAVA UMA MULHER QUE ERA CASADA  COM UM HOMEM CHAMADO ELCANA, E  ESTÁ MULHER SE CHAMAVA ANA.
ANA ERA MUITO AMADA PELO SEU ESPOSO ELCANA, ELE A AMAVA MUITO,POREM ELA NÃO TINHA FILHOS , POIS ELA NAO PODIA TER UM BEBE. AH COMO ANA  QUERIA TER UM FILHINHO CRIANÇAS, MAIS ELA NÃO PODIA E ISSO A DEIXAVA MUITO TRISTE.

TADINHA  DA ANA NE CRIANÇAS, POREM ANA COLOCOU EM SEU CORAÇÃO 
E IR A IGREJA  E ORAR A DEUS PEDINDO UM FILHINHO.

E AO CHEGAR NO TEMPLO ANA CHORAVA TANTO QUE O HOMEM  DE DEUS ELI PENSOU QUE ANA ESTAVA BEBADA.
CRIANÇAS QUE COISA FEIA ELI FEZ  NÃO DEVEMOS JULGAR OS OUTROS PELA APARENCIA ISSO E PECADO , E PECADO E TUDO AQUILO QUE DESAGRADA NOSSO DEUS, A BIBLIA MESMO FALA  EM ROMANOS 3:23 QUE TODOS NOS PECAMOS E FOMOS SEPARADOS DE DEUS,MAIS COMO PECAMOS, PECAMOS QUANDO FALAMOS MAL  DO NOSSO COLEGUINHA   PARA  ALGUEM, QUANDO MENTIMOS  , QUANDO JULGAMOS ALGUEM COMO O HOMEM DE DEUS ELI , ISSO E MUITO FEIO  E DEUS FICA MUITO TRISTE COM NÓS.

MAIS ANA EXPLICOU A ELI QUE ELA NÃO ESTAVA BEBADA E SIM MUITO TRISTE POIS ELA QUERIA UM BEBE, SABE CRIANÇAS  JESUS O UNICO FILHO SEM PECADO DE DEUS  TAMBEM FOI UM DIA NENEM  E ELE VEIO A ESSE MUNDO COMO CRIANÇA E MOSTROU QUE A CRIANÇA TAMBEM TEM UM VALOR MUITO GRANDE NA OBRA DE DEUS.

ENTÃO O HOMEM DE DEUS ENTENDEU E DISSE VA QUE SUA PETIÇÃO LHE SEJA FEITA AI QUE ALEGRIA CRIANÇAS  ANA SE LEVANTOU SEU ROSTO JA NÃO ERA MAIS TRISTE POIS  AGORA ELA  IA TER UM BEBE , E ELA IA AMAR MUITO AQUELA CRIANÇA, ASSIM COMO DEUS AMOU A MIM E AVOCE DANDO SEU UNICO FILHO POR AMOR DE NOS COMO DIZ EM  JOÃO3: 16 " QUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA QUE DEU SEU UNICO FILHO JESUS POR AMOR DE NOS ALELUIAS  
ENTÃO ANA VOLTOU PARA O SEU LAR JUNTO COM SEU ESPOSO ELCANA..E A PROMESSSA AO QUAL DEUS  FIZERA PARA ELA USANDO O HOMEM DE DEUS SE CUMPRIU ANA TEVE UM BEBE QUE NASCEU MUITO LINDINHO . SABE CRIANÇAS JESUS UM DIA TAMBEM NASCEU  LA EM JERUSALEM, E ELE VEIO A ESTE MUNDO PARA NOS SALVAR E ELE CRESCEU, VIVEU ENTRE AS PESSOAS E DEPOIS MORREU , MAIS ELE NÃO ESTA MORTO NÃO CRIANÇAS ELE ESTA VIVO COMO DIZ LA EM 1 CORINTIOS 15:3,4 QUE ELE MORREU POR MIM E POR VOCE MAIS RESSUCITOU ALELUIAS. 

ENTÃO O PEQUENO SAMUEL  NASCEU E SE TORNOU TAMBEM UM HOMEM DE DEUS QUE CRESCIA EM SABEDORIA. E FOI UM HOMEM  MUITO USADO POR DEUS DESDE CRIANÇA. 




segunda-feira, 2 de julho de 2012

A Rainha de Sabá


Era uma vez uma rainha muito bonita e muito rica, porém infeliz. Vivia num palácio em Sabá que fica localizado no sul da Península Arábica. O seu reino estendia-se do Iémen para além da Etiópia.
Certo dia, um viajante visitou-a e falou-lhe de um rei muito sábio como não havia outro na terra inteira. A rainha ficou com os olhos muito brilhantes e quiz saber mais sobre esse jovem rei, de onde era e como se chamava. O viajante contou-lhe que era filho do grande Rei David homem do Deus Altíssimo e de uma nação chamada de Israel. Como já era idoso, antes de morrer, chamou seu filho Salomão para que ele se sentasse no seu trono e governasse o Povo de Deus. O jovem era muito belo e todos procuravam saber dele àcerca de tudo e todas as coisas ele falava com grande sabedoria, prudência e justiça. A rainha de Sabá perguntou ao viajante como é que ele tinha alcançado tanta sabedoria. Então o viajante contou-lhe que um dia logo no início do reinado do Rei Salomão lhe apareceu Deus e que lhe propusera satisfazer tudo o que o monarca desejasse. Logo o jovem rei pediu a Deus que lhe des-
se toda a sabedoria para poder governar o seu reino. Deus então lhe deu não só sabedoria como também riquezas, porque considerou bom o coração do jovem rei.
A rainha de Sabá ficou tão surpreendida e alegre por tudo o que tinha ouvido falar do Rei Salomão que logo projectou uma visita ao monarca. Chamou os seus conselheiros e logo deu ordens para que organizassem uma caravana com alimentos para muitos dias e os melhores homens do seu reino a fim de que empreendessem uma longa viagem, levando consigo um presente para o Rei Salomão de dromedários, ouro e incenso. Is. 60:6.
Durante a viagem a rainha só pensava no Rei Salomão e das perguntas que gostaria que ele lhe respondesse.
Num belo dia, ao meio dia, chegou a Rainha do Sul, da terra de Sabá, à cidade de Jerusalém e logo indagou saber como poderia se encontrar com o Rei Salomão. Os seus pagens levavam presentes a fim de impressionar o rei.
Logo que Salomão soube da chegada da rainha de Sabá a recebeu com tanta hospitalidade, próprio de reis e conversavam sobre muitas coisas e também o rei lhe mostrou as riquezas que possuía para a construção de um Templo ao Deus que Ele servia. A rainha ficou tão encantada e entusiasmada com o que via e ouvia e confidenciou de que era tudo muito mais do que ela podia supôr a grandeza e a sabedoria do rei. Terminados os dias da sua visita voltou para a sua terra mais rica e alegre porque a sabedoria do rei lhe tinha revelado as coisas de que ela tanto queria saber.

sexta-feira, 22 de junho de 2012


A VIDA DO APÓSTOLO PAULO

“Ele era um homem de pequena estatura”, afirmam os Atos de Paulo, escrito apócrifo do segundo século, “parcial-mente calvo, pernas arqueadas, de compleição robusta, olhos próximos um do outro, e nariz um tanto curvo.”Se esta descrição merecer crédito, ela fala um bocado mais a respeito desse homem natural de Tarso, que viveu quase sete décadas cheias de acontecimentos após o nascimento de Jesus. Ela se encaixaria no registro do próprio Paulo de um insulto dirigido contra ele em Corinto. “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra desprezível” (2 Co 10:10).
Sua verdadeira aparência teremos de deixar por conta dos artistas, pois não sabemos ao certo. Matérias mais importantes, porém, demandam atenção — o que ele sentia, o que ele ensinava, o que ele fazia.
Sabemos o que esse homem de Tarso chegou a crer acerca da pessoa e obra de Cristo, e de outros assuntos cruciais para a fé cristã. As cartas procedentes de sua pena, preservadas no Novo Testamento, dão eloqüente testemunho da paixão de suas convicções e do poder de sua lógica.
Aqui e acolá em suas cartas encontramos pedacinhos de autobiografia. Também temos, nos Atos dos Apóstolos, um amplo esboço das atividades de Paulo. Lucas, autor dos Atos, era médico e historiador gentio do primeiro século.
Assim, enquanto o teólogo tem material suficiente para criar intérminos debates acerca daquilo em que Paulo acreditava, o historiador dispõe de parcos registros. Quem se der ao trabalho de escrever a biografia de Paulo descobrirá lacunas na vida do apóstolo que só poderão ser preenchidas por conjeturas.
A semelhança de um meteoro brilhante, Paulo lampeja repentinamente em cena como um adulto numa crise religiosa, resolvida pela conversão. Desaparece por muitos anos de preparação. Reaparece no papel de estadista missionário, e durante algum tempo podemos acompanhar seus movimentos através do horizonte do primeiro século. Antes de sua morte, ele flameja até entrar nas sombras além do alcance da vista.
Sua Juventude:
Antes, porém, que possamos entender Paulo, o missionário cristão aos gentios, é necessário que passemos algum tempo com Saulo de Tarso, o jovem fariseu. Encontramos em Atos a explicação de Paulo sobre sua identidade: “Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia” (At 21:39). Esta afirmação nos dá o primeiro fio para tecermos o pano de fundo da vida de Paulo.
A) Da Cidade de Tarso. No primeiro século, Tarso era a principal cidade da província da Cilícia na parte oriental da Ásia Menor. Embora localizada cerca de 16 km no interior, a cidade era um importante porto que dava acesso ao mar por via do rio Cnido, que passava no meio dela.
Ao norte de Tarso erguiam-se imponentes, cobertas de neve, as montanhas do Tauro, que forneciam a madeira que constituía um dos principais artigos de comércio dos mercadores tarsenses. Uma im­portante estrada romana corria ao norte, fora da cidade e através de um estreito desfiladeiro nas montanhas, conhecido como “Portas C­licianas”. Muitas lutas militares antigas foram travadas nesse passo entre as montanhas.
Tarso era uma cidade de fronteira, um lugar de encontro do Leste e do Oeste, e uma encruzilhada para o comércio que fluía em ambas as direções, por terra e por mar. Tarso possuía uma preciosa herança. Os fatos e as lendas se entremesclavam, tornando seus cidadãos ferozmente orgulhosos de seu passado.
O general romano Marco Antônio concedeu-lhe o privilégio de libera civitas (“cidade livre”) em 42 a.C. Por conseguinte, embora fizesse parte de uma província romana, era autônoma, e não estava sujeita a pagar tributo a Roma. As tradições democráticas da cidade-estado grega de longa data estavam estabelecidas no tempo de Paulo.
Nessa cidade cresceu o jovem Saulo. Em seus escritos, encontramos reflexos de vistas e cenas de Tarso de quando ele era rapaz. Em nítido contraste com as ilustrações rurais de Jesus, as metáforas de Paulo têm origem na vida citadina.
O reflexo do sol mediterrânico nos capacetes e lanças romanos teriam sido uma visão comum em Tarso durante a infância de Saulo. Talvez fosse este o fundo histórico para a sua ilustração concernente à guerra cristã, na qual ele insiste em que “as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas” (2 Co 10:4).
Paulo escreve de “naufragar” (1 Tm 1:19), do “oleiro” (Rm 9:21), de ser conduzido em “triunfo” (2 Co 2:14). Ele compara o “tabernáculo terrestre” desta vida a um edifício de Deus, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Co 5:1). Ele toma a palavra grega para teatro e, com audácia, aplica-a aos apóstolos, dizendo: “nos tornamos um espetáculo (teatro) ao mundo” (1 Co­ 4:9).
Tais declarações refletem a vida típica da cidade em que Paulo passou os anos formativos da sua meninice. Assim as vistas e os sons deste azafamado porto marítimo formam um pano de fundo em face do qual a vida e o pensamento de Paulo se tornaram mais compreensíveis. Não é de admirar que ele se referisse a Tarso como “cidade não insignificante”.
Os filósofos de Tarso eram quase todos estóicos. As idéias estóicas, embora essencialmente pagãs, produziram alguns dos mais nobres pensadores do mundo antigo. Atenodoro de Tarso é um esplêndido exemplo.
Embora Atenodoro tenha morrido no ano 7 d.C., quando Saulo não passava de um menino pequeno, por muito tempo o seu nome permaneceu como herói em Tarso. E quase impossível que o jovem Saulo não tivesse ouvido algo a respeito dele.
Quanto, exatamente, foi o contato que o jovem Saulo teve com esse mundo da filosofia em Tarso? Não sabemos; ele não no-lo disse. Mas as marcas da ampla educação e contato com a erudição grega o acompanham quando homem feito. Ele sabia o suficiente sobre tais questões para pleitear diante de toda sorte de homens a causa que ele representava. Também estava cônscio dos perigos das filosofias religiosas especulativas dos gregos. “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens... e não segundo Cristo”, foi sua advertência à igreja de Colossos (Cl 2:8).
B) Cidadão Romano. Paulo não era apenas “cidadão de uma cidade não insignificante”, mas também cidadão romano. Isso nos dá ainda outra pista para o fundo histórico de sua meninice.
Em At 22:24-29 vemos Paulo conversando com um centurião romano e com um tribuno romano. (Centurião era um militar de alta patente no exército romano com 100 homens sob seu comando; o tribuno, neste caso, seria um comandante militar.) Por ordens do tribuno, o centurião estava prestes a açoitar Paulo. Mas o Apóstolo protestou: “Ser-vos-á porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?” (At 22:25). O centurião levou a notícia ao tribuno, que fez mais inquirição. A ele Paulo não só afirmou sua cidadania romana mas explicou como se tornara tal: “Por direito de nascimento” (At 22:28). Isso implica que seu pai fora cidadão romano.
Podia-se obter a cidadania romana de vários modos. O tribuno, ou comandante, desta narrativa, declara haver “comprado” sua cidadania por “grande soma de dinheiro” (At 22:28). No mais das vezes, porém, a cidadania era uma recompensa por algum serviço de distinção fora do comum ao Império Romano, ou era concedida quando um escravo recebia a liberdade.
A cidadania romana era preciosa, pois acarretava direitos e privilégios especiais como, por exemplo, a isenção de certas formas de castigo. Um cidadão romano não podia ser açoitado nem crucificado.
Todavia, o relacionamento dos judeus com Roma não era de todo feliz. Raramente os judeus se tornavam cidadãos romanos. Quase todos os judeus que alcançaram a cidadania moravam fora da Palestina.
C) De Descendência Judaica. Devemos, também, considerar a ascendência judaica de Paulo e o impacto da fé religiosa de sua família. Ele se descreve aos cristãos de Filipos como “da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu” (Fp 3:5). Noutra ocasião ele chamou a si próprio de “israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Rm 11:1).
Dessa forma Paulo pertencia a uma linhagem que remontava ao pai de seu povo, Abraão. Da tribo de Benjamim saíra o primeiro rei de Israel, Saul, em consideração ao qual o menino de Tarso fora chamado Saulo.
A escola da sinagoga ajudava os pais judeus a transmitir a herança religiosa de Israel aos filhos. O menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade. Aos dez, estaria estudando a Mishna com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na língua do seu povo. O vocabulário posterior de Paulo era fortemente colorido pela linguagem da Septuaginta, a Bíblia dos judeus helenistas.
Dentre os principais “partidos” dos judeus, os fariseus eram os mais estritos (veja o capítulo 5, “Os Judeus nos Tempos do Novo Testamento”). Estavam decididos a resistir aos esforços de seus conquistadores romanos de impor-lhes novas crenças e novos estilos de vida. No primeiro século eles se haviam tornado a “aristocracia espiritual” de seu povo. Paulo era fariseu, “filho de fariseus” (At 23.6). Podemos estar certos, pois, de que seu preparo religioso tinha raízes na lealdade aos regulamentos da Lei, conforme a interpretavam os rabinos. Aos treze anos ele devia assumir responsabilidade pessoal pela obediência a essa Lei.
Saulo de Tarso passou em Jerusalém sua virilidade “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei. . .“ (At 22:3). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus. A escola de Hilel era a mais liberal das duas principais escolas de pensamento entre os fariseus. Em Atos 5:33-39 temos um vislumbre de Gamaliel, descrito como “acatado por todo o povo.”
Exigia-se dos estudantes rabínicos que aprendessem um ofício de sorte que pudessem, mais tarde, ensinar sem tornar-se um ônus para o povo. Paulo escolheu uma indústria típica de Tarso, fabricar tendas de tecido de pêlo de cabra. Sua perícia nessa profissão proporcionou-lhe mais tarde um grande incremento em sua obra missionária.
Após completar seus estudos com Gamaliel, esse jovem fariseu provavelmente voltou para sua casa em Tarso onde passou alguns anos. Não temos evidência de que ele se tenha encontrado com Jesus ou que o tivesse conhecido durante o ministério do Mestre na terra.
Da pena do próprio Paulo bem como do livro de Atos vem-nos a informação de que depois ele voltou a Jerusalém e dedicou suas energias à perseguição dos judeus que seguiam os ensinamentos de Jesus de Nazaré. Paulo nunca pôde perdoar-se pelo ódio e pela violência que caracterizaram sua vida durante esses anos. “Porque eu sou o menor dos apóstolos”, escreveu ele mais tarde, “. . . pois persegui a igreja de Deus” (1 Co 15:9). Em outras passagens ele se denomina “perseguidor da igreja” (Fp 3:6), “como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1:13).
Uma referência autobiográfica na primeira carta de Paulo a Timóteo jorra alguma luz sobre a questão de como um homem de consciência tão sensível pudesse participar dessa violência contra o seu próprio povo. “. . . noutro tempo era blasfemo e perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade” (1 Tm 1:13). A história da religião está repleta de exemplos de outros que cometeram o mesmo erro. No mesmo trecho, Paulo refere a si próprio como “o principal” dos pecadores” (1 T 1:15), sem dúvida alguma por ter ele perseguido a Cristo e seus seguidores.
D) A Morte de Estevão. Não fora pelo modo como Estevão morreu (At 7:54-60), o jovem Saulo podia ter deixado a cena do apedrejamento sem comoção alguma, ele que havia tomado conta das vestes dos apedrejadores. Teria parecido apenas outra execução legal.
Mas quando Estevão se ajoelhou e as pedras martirizantes choveram sobre sua cabeça indefensa, ele deu testemunho da visão de Cristo na glória, e orou: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60).
Embora essa crise tenha lançado Paulo em sua carreira como caçador de hereges, é natural supor que as palavras de Estevão tenham permanecido com ele de sorte que ele se tornou “caçado” também —caçado pela consciência.
E) Uma Carreira de Perseguição. Os eventos que se seguiram ao martírio de Estevão não são agradáveis de ler. A história é narrada num só fôlego: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (Atos 8:3).
A Conversão:
A perseguição em Jerusalém na realidade espalhou a semente da fé. Os crentes se dispersaram e em breve a nova fé estava sendo pregada por toda a parte (cf. Atos 8:4). “Respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1), Saulo resolveu que já era tempo de levar a campanha a algumas das “cidades estrangeiras” nas quais se abrigaram os discípulos dispersos. O comprido braço do Sinédrio podia alcançar a mais longínqua sinagoga do império em questões de religião. Nesse tempo, os seguidores de Cristo ainda eram considerados como seita herética.
Assim, Saulo partiu para Damasco, cerca de 240 km distante, provido de credenciais que lhe dariam autoridade para, encontrando os “que eram do caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém” (Atos 9:2).
Que é que se passava na mente de Saulo durante a viagem, dia após dia, no pó da estrada e sob o calor escaldante do sol? A auto-revelação intensamente pessoal de Romanos 7:7-13 pode dar-nos uma pista. Vemos aqui a luta de um homem consciencioso para encontrar paz mediante a observância de todas as pormenorizadas ramificações da Lei.
Isso o libertou? A resposta de Paulo, baseada em sua experiência, foi negativa. Pelo contrário, tornou-se um peso e uma tensão intoleráveis. A influência do ambiente helertístico de Tarso não deve ser menosprezada ao tentarmos encontrar o motivo da frustração interior de Saulo. Depois de seu retorno a Jerusalém, ele deve ter achado irritante o rígido farisaísmo, muito embora professasse aceitá-lo de todo o coração. Ele havia respirado ar mais livre durante a maior parte de sua vida, e não poderia renunciar à liberdade a que estava acostumado.
Contudo, era de natureza espiritual o motivo mais profundo de sua tristeza. Ele tentara guardar a Lei, mas descobrira que não poderia fazê-lo em virtude de sua natureza pecaminosa decaída. De que modo, pois, poderia ele ser reto para com Deus?
Com Damasco à vista, aconteceu uma coisa momentosa. Num lampejo cegante, Paulo se viu despido de todo o orgulho e presunção, como perseguidor do Messias de Deus e do seu povo. Estevão estivera certo, e ele errado. Em face do Cristo vivo, Saulo capitulou. Ele ouviu uma voz que dizia: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues;. . . levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer” (At 9:5-6). E Saulo obedeceu.
Durante sua estada na cidade, “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu nem bebeu” (Atos 9:9). Um discípulo residente em Damasco, por nome Ananias, tornou-se amigo e conselheiro, um homem que não teve receio de crer que a conversão de Paulo’ fora autêntica. Mediante as orações de Ananias, Deus restaurou a vista a Paulo.
Os cristãos de Jerusalém ficaram felizes ao ouvir o relatório de Paulo sobre a divulgação da fé cristã. Contudo, alguns cristãos judeus duvidaram da sinceridade de Paulo. Para mostrar seu respeito pela tradição judaica, Paulo juntou-se a quatro homens que cumpriam um voto de nazireu no templo. Alguns judeus da Ásia agarraram Paulo e falsamente o acusaram de introduzir gentios no templo (At 21:27-29). O tribuno da guarnição romana levou Paulo em custódia para impedir um levante. Ao saber que Paulo era cidadão romano, o tribuno retirou-lhe as cadeias e pediu aos judeus que convocassem o Sinédrio para interrogá-lo.
Paulo percebeu que a multidão enfurecida poderia matá-lo. Assim, ele disse ao Sinédrio que fora preso por ser fariseu e crer na ressurreição dos mortos. Esta afirmação dividiu o Sinédrio em suas facções de fariseus e saduceus, e o comandante romano teve de salvar Paulo de novo.
Ouvindo dizer que os judeus tramavam uma emboscada contra Paulo, o comandante enviou-o de noite a Cesaréia, onde ficou guardado no palácio de Herodes. Paulo passou dois anos presos aí.
Quando os acusadores de Paulo chegaram, acusaram-no de haver tentado profanar o templo e de ter criado uma revolta civil em Jerusalém (At 24:1-9). Félix, procurador romano, exigiu mais provas do tribuno em Jerusalém. Mas antes que estas chegassem, Félix foi substituído por um novo procurador, Pórcio Festo. Este novo oficial pediu aos acusadores de Paulo que viessem de novo a Cesaréia. Ao chegarem, Paulo fez valer os seus direitos como cidadão romano de apresentar seu caso perante César.
Enquanto aguardava o navio para Roma, Paulo teve oportunidáde de defender a sua causa perante o rei Agripa II que visitava Festo. O capítulo 26 de Atos registra o discurso de Paulo no qual ele contou de novo os eventos de sua vida até aquele ponto.
Festo entregou Paulo aos cuidados de um centurião chamado Júlio, que estava levando um navio carregado de prisioneiros para a cidade imperial. Após uma viagem acidentada, o navio naufragou na ilha de Malta. Três meses depois, Paulo e os demais prisioneiros tomaram outro navio para Roma.
Os cristãos de Roma viajaram quase cinqüenta quilômetros para dar as boas-vindas a Paulo (At 28:15). Em Roma Paulo foi posto sob prisão domiciliar, e em At 28:30 lemos que ele alugou uma casa por dois anos enquanto aguardava que César ouvisse o seu caso.
O Novo Testamento não nos fala da morte de Paulo. Muitos estudiosos modernos crêem que César libertou o apóstolo, e que ele empenhou-se em mais trabalho missionário antes de ser preso pela segunda vez e executado.3
Dois livros escritos antes do ano 200 d.C. — a Primeira Epístola de Clemente e os Atos de Paulo — asseveram que isso aconteceu. Indicam que Paulo foi decapitado em Roma perto do fim do reinado do imperador Nero (c. 67 d.C.).
A personalidade do Apostolo:
As epístolas de Paulo são o espelho de sua alma. Revelam seus motivos íntimos, suas mais profundas paixões, suas convicções fundamentais. Sem a sobrevivência das cartas de Paulo, ele seria para nós uma figura vaga, confusa.
Paulo estava mais interessado nas pessoas e no que lhes acontecia do que em formalidades literárias. A medida que lemos os escritos de Paulo, notamos que suas palavras podem vir aos borbotões, como no primeiro capítulo da carta aos Gálatas. As vezes ele irrompe abruptamente para mergulhar numa nova linha de pensamento. Nalguns pontos ele toma um longo fôlego e dita uma sentença quase sem fim.
Temos em 2 Co 10:10 uma pista de como as epístolas de Paulo eram recebidas e consideradas. Mesmo seus inimigos e críticos reconheciam o impacto do que ele tinha para dizer, pois sabemos que comentavam: “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes.. (2 Co 10:10).
Líderes fortes, como Paulo, tendem a atrair ou repelir os que eles buscam influenciar. Paulo tinha tanto seguidores devotados quanto inimigos figadais. Como conseqüência, seus contemporâneos mantinham opiniões variadíssimas a seu respeito.
Os mais antigos escritos de Paulo antedata a maioria dos quatro Evangelhos. Refletem-no como um homem de coragem (2 Co 2:3), de integridade e elevados motivos (vv. 4-5), de humildade (v. 6), e de benignidade (v. 7).
Paulo sabia diferençar entre sua própria opinião e o “mandamento do Senhor” (1 Co 7:25). Era humilde bastante para dizer “se­gundo minha opinião” sobre alguns assuntos (1 Co 7:40). Ele estava bem cônscio da urgência de sua comissão (1 Co 9:16-17), e do fato de não estar fora do perigo de ser “desqualificado” por sucumbir à tentação (1Co 9.27). Ele se recorda com pesar de que outrora perseguia a Igreja de Deus (1Co 15.9).
Leia o capítulo 16 da carta aos Romanos com especial atenção à atitude generosa de Paulo para com os seus colaboradores. Ele era um homem que amava e prezava as pessoas e tinha em alto apreço a comunhão dos crentes. Na carta aos Colossenses vemos quão afetivo e amistoso Paulo poderia ser, mesmo com cristãos com os quais ainda não se havia encontrado. “Gostaria, pois, que saibais, quão grande luta venho mantendo por vós. . . e por quantos não me viram face a face”, escreve ele (Cl 2:1).
Na carta aos Colossenses lemos também a respeito de um homem chamado Onésimo, escravo fugitivo (Cl 4:9; Fm 10), que evidentemente havia acrescentado ao furto o crime de abandonar o seu dono, Filemom. Agora Paulo o havia conquistado para a fé cristã e o persuadira de voltar ao seu senhor. Mas conhecendo a severidade
do castigo imposto aos escravos fugitivos, o apóstolo desejava convencer a Filemom a tratar Onésimo como irmão. Aqui vemos Paulo, o reconciliador. E tudo isso ele fez a favor de um homem que estava no degrau mais baixo da escada da sociedade romana. Contraste essa atitude com o comportamento do jovem Saulo guardando as vestes dos apedrejadores de Estevão. Observe quão profundamente Paulo havia mudado em sua atitude para com as pessoas.
Nesses escritos vemos Paulo como amigo generoso, afetivo, um homem de grande fé e coragem— mesmo em face de circunstâncias extremas. Ele estava totalmente comprometido com Cristo, quer na vida, quer na morte. Seu testemunho é profundamente firmado nas realidades espirituais: “Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:12-13).